Ainda que um instante...
Se fechasse os olhos ainda sentiria o pulsar daquela visão. Queria qualquer coisa que pudesse, de maneira repentina, apagar tudo que a fizesse recobrar o que vira.
Nunca fora de se intimidar com pouca coisa, mas agora aquele espectro tornou-se quase iminente a seus olhos. Sentia também aquele cheiro, aquele acre cheiro de qualquer coisa que não prestasse.
A disparidade entre o que ela via e o que sentia era tamanha, que não pôde passar desapercebido pelos meus olhos. Ele sofria.
Era um sofrimento pequeno-burguês e mesquinho, mas ainda assim era um sofrimento.
Sentia-se egoísta e impotente frente à realidade que só vira nesses filmes brasileiros, que têm a mania de serem feios. Agora não havia como fechar os olhos, porque mesmo quando o fechava, lá estava a imagem que tanto a constrangia.
...
Sentou-se no carro e esperou que o coração parasse de bater. Deu partida. Iria para bem longe dali. Para onde? Para qualquer lugar!
Chegou no escritório do namorado. Abraçou-o: “Vamos almoçar juntos?” Foi.
E almoçaram, mesmo à revelia daquelas crianças que momentos atrás ela vira revirar os latões de lixo, esfomeadamente, de um outro restaurante, em um outro ponto da cidade, em meio a ratos e o odor característico de comida estragada.
Foi um momento. Por alguns instantes ela teve a consciência de que o mundo é bem maior e mais complexo do que sonhara sua vã filosofia. Ainda que ela venha a se esquecer disso depois.
Nunca fora de se intimidar com pouca coisa, mas agora aquele espectro tornou-se quase iminente a seus olhos. Sentia também aquele cheiro, aquele acre cheiro de qualquer coisa que não prestasse.
A disparidade entre o que ela via e o que sentia era tamanha, que não pôde passar desapercebido pelos meus olhos. Ele sofria.
Era um sofrimento pequeno-burguês e mesquinho, mas ainda assim era um sofrimento.
Sentia-se egoísta e impotente frente à realidade que só vira nesses filmes brasileiros, que têm a mania de serem feios. Agora não havia como fechar os olhos, porque mesmo quando o fechava, lá estava a imagem que tanto a constrangia.
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Sentou-se no carro e esperou que o coração parasse de bater. Deu partida. Iria para bem longe dali. Para onde? Para qualquer lugar!
Chegou no escritório do namorado. Abraçou-o: “Vamos almoçar juntos?” Foi.
E almoçaram, mesmo à revelia daquelas crianças que momentos atrás ela vira revirar os latões de lixo, esfomeadamente, de um outro restaurante, em um outro ponto da cidade, em meio a ratos e o odor característico de comida estragada.
Foi um momento. Por alguns instantes ela teve a consciência de que o mundo é bem maior e mais complexo do que sonhara sua vã filosofia. Ainda que ela venha a se esquecer disso depois.
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